17 de dez. de 2009

Montagem do DESPACHO!


Hoje a montagem do DESPACHO foi super alto astral!

O grande destaque foi a super mega escada tabajara que usamos pra montar o trabalho do Arjan.


Esperamos você amanhã para despachar 2009 na Galeria do Ateliê! Traga pessoas amadas e boas vibrações para entramos em 2010 com muita arte, paz e harmonia!

16 de dez. de 2009

Exuzinho n.1 de Elisa von Randow

Elisa pintou e bordou um Exuzinho pra exposição. Exu é o grande inspirador pro DOC nesta ação. Pra quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho da Elisa, que esteve este ano na Galeria do Ateliê com a individual super despachuda Nada está em seu lugar, é só entrar aqui, aqui e aqui!

13 de dez. de 2009

Prometeu Acorrentado


Claudia Hersz está em plena confecção da obra Prometeu Acorrentado, para o DESPACHO!
Feito de alguidares, isqueiro, corrente, clips de metal, bulas e caixas de medicamentos, Prometeu está ajudando Claudia a despachar seu mais antigo amor e ódio na vida: o cigarro...

A roupa de Prometeu está sendo confeccionada com as caixas e bulas dos medicamentos niquitin, pondera, cloxazepam e lexotan, que estão auxiliando a artista a parar de fumar.

Detalhe: Claudia participou de todas as ações do DOC desde 2005! Ela é pé quente e não podia faltar no despacho de 2009!

12 de dez. de 2009

O que vai acontecer neste quarto?



Esta imagem é um still do vídeo In the bedroom, feito em 2009 pela Antonia Dias Leite, uma novíssima aquisição para o DESPACHO. Videoartista talentosa, ela promove um mega despacho de uma relação neste lindo e elegante quarto de dormir. A moça é fêmea alfa!

9 de dez. de 2009

Despacholândia

Passei uma semana no Nepal recentemente e não há país mais despachudo. Despachos everywhere.

No meu facebook, uma seleção de montagens com proposições para a exposição.
Vejam aqui!

E aqui vai uma prévia:

Contagem regressiva pro DESPACHO!

Em poucos dias inauguramos nosso DESPACHO. E os trabalhos de nossos hermanos da Latinoamerica já começam a chegar! Um dos convidados é o fotógrafo argentino Guillermo Srodek-Hart, que eu conheci por intermédio do Juan Batalla, artista que também participou da ArtBO 2008, na Colômbia. Batalla é do santo e apresentou pra mim e pro Portela o livro que tinha organizado com sua pesquisa sobre a presença da umbanda na Argentina e no Uruguai. As fotos do Guillermo estavam lá, com altares enormes que ele fotografou pelo interior do país. E uma das mais legais é esta que vai estar no DESPACHO e que intitula-se Altar a la Difunta Correa, de 2006.



Guillermo enviou a "historinha" da foto pra gente, que é muito legal:

La Difunta Correa es una santa popular argentina no reconocida por la Iglesia. Su historia se remonta a la guerra de 1840 entre Unitarios y Federales. Se dice que su marido fue reclutado a la fuerza por las tropas del Caudillo Facundo Quiroga. Al quedar desamparada y desprotegida, corria los riesgos de ser forzada a casarse con el sheriff del pueblo o ser abusada, violada o asesinada. Asi, decide tomar su destino por propia voluntad y huye con su bebe recien nacido por el disierto de San Juan. Cuenta la leyenda que fue encontrada por unos gauchos, su cuerpo sin vida, deshidratado, muerta por la sed, pero su hijito aún seguía vivo, milagrosamente, todavia amamantandose de su leche materna, prendido a su teta.
A partir de alli se convierte en una leyenda popular.

Las garrafas son dejadas llenas de agua, como ofrenda, pues ella murió de sed. Tambien hay muchos sitios web en su honor.

22 de nov. de 2009

Metáfora do meu tempo



Hoje é meu aniversário. Estranho completar de anos, este. Como boa sagitariana, joguei a flecha apontada pra um objetivo há alguns anos atrás. O que eu perseguia chegou. E agora, um vazio me toma. O presente é o presente. Realmente vivo na carne o que sempre pressenti fazer parte da minha essência: há que se caminhar, o que caminho é o que interessa. Só que eu apontei a flecha, cheguei ao fim, finalizei um caminho que me tomou por 14 anos.

Agora preciso de tudo novo de novo. E coragem para o desapego necessário de tudo que construí nesta caminhada. Passei o ano despachando minhas entranhas, revirando tudo. Me preparando para este momento. Despacho foi a palavra de ordem este ano e o maha-despacho vai se concretizar no dia 18 de novembro, quando abrir a nossa exposição. Ponto final. Dia 20 embarco pra India, intermezzo pro meu recomeço.

19 de nov. de 2009

Desobjetificar

Mauro, expurgar os excessos, e fazer disso um ato simbólico. bem despachex!

eu estou aqui com um milhão de idéias, e todas elas me apresentam empecilhos tecnológicos - os deuses não querem complicações no meu trabalho.

estive pensando em uma penca de pequenos players de vídeo, pendurados do teto, com cada vídeo mostrando um ato simbólico, ou flores, ou uma vela queimando, ou um pedaço de corpo. cada elemento do despacho em representacão virtual, para seguir a minha linha de trabalho com a questão digital etcetera. mas não deu certo - os players são caros, não funcionam bem, e na hora que descarregarem dá o maior trabalho pra ligar, carregar etcetera. um trampo.

depois pensei em um jardim zen (porque são ilhas de oferendas simbólicas de uma maneira muito mininalista como me explicou um designer japonês outro dia). Neles queria substituir as pedras simbólicas por vídeos, com um efeito meio david lynch. Cheguei a comprar os materiais, mas os vídeos novamente foram empecilho - as engenhocas não querem funcionar direito.

depois as fotos dos despachos que tirei o ano todo - mas não se sustentam como fotografias-obra, e sim como documentação. não é o meu intuito.

mas independente do que eu terminarei fazendo, esse processo todo de fazer despachos me fez abrir um diálogo comigo mesma, espiritualmente. um processo bom e positivo.

me falta objetificá-lo. ou será que basta ser pensamento para ser arte?

o que faz o despacho, no fundo, é acreditar na oferenda, acreditar que objetos possuam capacidade de se tornarem veículos de comunicação com outras dimensões.

a obra tá feita. está aqui, agora, neste momento.

10 de nov. de 2009

Auto-objeto energizado referente ou .. despacho!


Sem palavras bonitas ou citações edificantes ok pessoal ... vamos em frente ==>
Desde do início de 2008, comecei a pensar em cenas do meu cotidiano, coisas simples, materiais que fazem parte do meu dia a dia, e em como eu poderia utilizar/manusear esses materiais de modo que apresentassem interesse pictórico suficiente, para que, do meu modo, se transformassem em arte.

Meu interesse era, portanto, criar a partir do que eu já tinha à disposição sem adquirir nada de fora. Minha idéia inicial foi entrar no meu quarto de despensa, que virou estoque de tudo que é bagulho que eu um dia achei que não deveria jogar fora, e a partir destes materiais, montar algo que tivesse uma coerência suficiente para que eu achasse que se transformaria em algum auto-objeto referente ( e não um objeto auto-referente).

Por quê ?
Essa é uma resposta difícil, mas acredito que existe uma energia nas nossas coisas, naquilo que convivemos e manipulamos em nosso dia a dia. Apresentar esses objetos recontextualizados no mundo seria doar algo energizado pela vida e ambiente de um artista. É algo ligado a envio e recebimento de energia. Pra mim, isso tem uma pulsação, como um despacho.

O primeiro despacho que fiz, foi uma fotografia. Quando recebi convite do Buraco para participar do Verdadeira Grandeza, resolvi juntar objetos do meu dia a dia. O resultado foi uma silhueta com meus objetos inseridos. Chamei esse trabalho de despacho.

Desde então, tenho pensado sobre isso. Infelizmente o tempo curto não tem dado chance até agora para colocar em prática esse projeto despachudo, apenas alguns rascunhos e escritos, mas eu tenho fé que vou conseguir alguma coisa até a expo.

Caso contrário, tenho na manga um projeto pronto, da série "os maleáveis" . mas, por enquanto não quero falar sobre essa possibilidade...

8 de nov. de 2009

Naturezas Mortas





despachos taoístas, ilha de kusu, singapura.

a cor amarela e laranja predominante é simbólica da fortuna, dinheiro, prosperidade.
este tempo era inteiramente amarelo, chão, paredes, estruturas e oferendas.
At the top of the rugged hillock on Kusu Island stands three kramats (or holy shrines of Malay saints) to commemorate a pious man (Syed Abdul Rahman), his mother (Nenek Ghalib) and sister (Puteri Fatimah) who lived in the 19th century.

el texto

Toda exposição tem que ter um texto (TEM QUE??? porque "tem que"? - texto é cacoete de curador!) Mas como nós também despachamos curadores da nossa vida, então eles também recebem uma homenagem. Homenagem ao espírito do curador inexistente.

Resolvi não ir pelo lado linguístico, ou seja, usar a palavra "despacho" e seus muitos significados como conceito do texto. Eu acho que tem excesso de teoria francesa em textos curatórios e também tem excesso de Deleuze na arte contemporânea brasileira (embora eu seja mega-deleuze). Tô querendo dar um tempo das rizomas e escrever de outro jeito.

Vamos tentar: ao invés de seguir texto-arte-conceitual, definir o despacho, seus múltiplos significados, vamos à função do despacho - o que ele faz, o que é - talvez querendo ir pro lado metafísico da coisa (deleuze, sorry). Quis partir para outro lado, pelo lado que despacho é dádiva, que um despacho estabelece uma comunicação simbólica com o que quer que seja...pois todos os significados de despacho têm no fundo o objetivo de dar e de mobilizar energias.

Queria também fugir do academês e dos textos cabeção que eu não aguento mais ler pois não dizem nada. POde ser que eu também não esteja dizendo nada. Vou correr esse risco então, sem citações ou notas de rodapé.

Mas talvez esteja ainda bem careta, bem status quo. que piensan ustedes?

"A promessa da memória" ou "Que deuses são esses?" ou "Já é, já foi"

Todos precisamos de veículos para preservar e ativar a memória. Ouvimos os ecos do passado em prédios antigos, álbuns de família, cartas de amor, objetos que caíram em desuso, cheiros, sons, e sonhos recorrentes. É preciso igualmente estabelecer uma ligação com os espíritos, um elo entre os vivos e os mortos, uma abertura do presente com os tempos idos e aqueles que ainda estão por vir.

E assim nasce o despacho - um ritual que propicia uma ocasião estruturada para que a invisível alma dos mortos (ou dos deuses que pairam sobre nós) possam retornar ao seu local de origem - uma volta para casa - tendo estes objetos simbólicos como armadilha para que retornem, mesmo que apenas por um instante, para evitar que sua alma se desintegre. Aqui os objetos contém potencial de troca, mesmo que sejam apenas matéria inerte.

Mas objetos são apenas objetos. Os objetos despachóides incluem pessoas, e ações necessários para mobilizar a energia dos deuses a nosso favor, com o intuito de apaziguá-los em troca de uma promessa. Essa comunicação simbólica fortalece laços de afeto, restaura a alma, proporciona uma retificação moral e uma negociação de relações com aqueles entes que nos dão, em troca, uma espécie de identidade. Despacho é dádiva, mas, ironicamente, na nossa cultura burocrática, despachar também significa 'tirar de si' (a papelada), 'mandar adiante' (o processo jurídico), e rejeitar (os amores).

No entanto, um objeto por si só não constitui despacho. Se virmos a arte como uma coleção de objetos inertes residentes em seus pedestais ou enclausurados em suas molduras, estes não são sempre concebidos para estabelecer esta ligação esotérica. Fala-se em 'interação' com o espectador, mas permanecemos imóveis e
estupefatos diante de meros artefatos. Na falta de função, a arte perdura em um vácuo em que não sabemos mais porque fazemos arte ou para que servem os objetos que criamos - talvez arte seja puro entretenimento e basta.

Grupo DOC propõe, para a exposicão Despacho, que os treze artistas convidados meditem sobre essa questão, que dialoguem com os deuses que lhes servem e que façam de seus objetos mais do que meras colocações materiais. Que despachem sobre a tela branca oferecida e que transformem seus objetos e imagens em veículos, em estopims de diálogo com algo mais, querendo talvez entender que deuses são esses com quem nos comunicamos, por onde vamos, o que recebemos,
o que prometemos, para falar com quem, para dizer o quê?

4 de nov. de 2009

Enquanto isso, no ateliê ...


28 de out. de 2009

20 de out. de 2009

Máquina de Luz de Moholy Nagy ou Artistas Despachudos III

Estive off este tempo todo por conta de um projeto que comecei a idealizar em 1999 e que só agora vai se materializar: Máquinas de Luz - 1o. Fórum das Imagens Técnicas. 4 dias de mostras audiovisuais e debates intensos que comemoram os 10 anos do Ateliê da Imagem e que vão rolar no Cine Glória de 26 a 29 de outubro. A programação está em www.ateliedaimagem.com.br/maquinasdeluz
Depois desta parada para reflexão sobre um tema que deveras me inquieta, volto à vida normal e ao meu querido despacho. Mas deixo aqui um vídeo do Moholy Nagy, que me inspirou tanto tanto nos últimos tempos.
Ele sim era do balacobaco, um precursor e "abridor" de caminhos para a fotografia!

5 de out. de 2009

15 de set. de 2009

Suspension of disbelief



Pat,

Conheci Maya Deren este ano, em um curso sobre o "Ensaio Documentário" com a cineasta americana Barbara Hammer, em que exploramos várias maneiras de contar uma história verdadeira, um documentário, mas do ponto de vista do ensaio, da narrativa em primeira pessoa, etc. Uma das referências era justamente o "Meshes in the Afternoon", que, embora não seja um documentário per se, apresenta uma maneira distinta de explorar uma idéia cinematograficamente entre esse espaço tênue entre o real e o virtual, o espaço psíquico e o espaço histórico, e o que é e o que parece ser. Melhor ainda sendo uma mulher explorando não só o cinema, mas também o próprio corpo e a linguagem da imagem com o corpo.

Não sei porque, mas ao ver "Ritual in the Afternoon" e depois pensando no lado despachudo de Maya, lembrei de uma obra do Gary Hill chamada "Trance", que foi exposta no CCBB há alguns anos atrás numa exposição feita sobre os Yanomami. O vídeo de Gary Hill naquela exposição mostrava ele de cabeça para baixo, pendurado, com o corpo e os braços suspensos numa espécie de transe ritual - provavelmente inspirado nos rituais xamânicos da tribo.

Os trabalhos de Hill têm uma qualidade despachuda no sentido em que suas instalações são conjuntos de imagens que nunca são estáveis, sempre estão 'piscando', partes de corpos manifestando-se no espaço através de cortes, superposições, corpos em suspensão, alinhavados em uma trama de tempo e espaço.

O ponto em comum com Deren é que antes de fazer vídeos e filmes, era escultor e performance artist, e, como Deren, usou o filme inicialmente para capturar esses movimentos do corpo. Tanto como a dança faz parte do vocabulário de Deren, a escultura faz parte do vocabulário de Hill. Ambos capturam essas qualidades em imagens em movimento.

Eu adorei quando vi "Transe". E é bem capaz, que o meu trabalho para o nosso Despacho, em vídeo, se inspire na obra de Hill. Aliás, já é!

7 de set. de 2009

Maya em ação!

Aqui vai uma parte do primeiro filme de Maya, Meshes of the Afternoon. Simplesmente essencial e puro despacho!

Artistas Despachudos II

Já que a coisa está desanimada por aqui, apresento a vcs a maga despachuda: minha amada Maya Deren! Eu já publiquei um texto sobre ela no primeiro número do Jornal ATUAL (mais um empreendimento da Azougue Editorial), mas como ele ainda não tem sua versão virtual, vou dar uma palhinha pra vcs.
Eleanora Derenkowsky, nome verdadeiro de Maya Deren, nasceu em Kiev, em plena Revolução Russa. Em 1922 migrou com a família para Syracuse, no Estado de Nova Iorque, por causa dos movimentos anti-semitas que começavam na Rússia e porque seus pais também eram simpatizantes de Leon Trotsky. Maya era o que chamamos hoje de artista multimídia: bailarina, coreógrafa, escritora e fotógrafa, além de cineasta, como é mais conhecida.

Sua carreira no cinema começou no início do anos 1940, quando conheceu Alexander Hammid, famoso fotógrafo e cameraman tcheco, numa turnê da Cia de dança da coreógrafa Katherine Dunham, na qual trabalhava como secretária.

Com Hammid, Maya fez seu primeiro curta-metragem, Meshes in the afternoon, em 1943, considerado seminal para o cinema avant-garde americano e que a consagrou como uma das precursoras do cinema experiemental e underground. Neste mesmo ano, Maya começou o filme (nunca finalizado) The Witches' Cradle, com Marcel Duchamp, que fazia parte de seu círculo de amigos com Andre Bréton, John Cage e Anaïs Nin. Depois vieram os curtas At Land (1944), A Study in Choreography for Camera (1945), Ritual in Transfigured Time (1945-6), Meditation on Violence (1948), Ensemble for Somnabulistis (1951) e The Very Eye of Night (1952-59).

Com o dinheiro que ganhou com uma bolsa Guggenheim em 1946, Maya viajou para o Haiti e pode ali aprofundar seu interesse pelos rituais voodoos, que ela já havia conhecido na sua pesquisa de mestrado sobre as danças haitianas. No país, Maya não apenas filmou horas de rituais voodoo, como adotou o voodoo como religião. Seu livro Divine Horsemen: the Living Gods of Haiti (1953), é considerado até hoje uma das melhores pesquisas produzidas sobre o tema, mas o longa que o acompanharia ficou inacabado devido à morte de Maya e só foi finalizado em 1981 pelo terceiro marido de Maya, Teiji Ito, também responsável pela trilha incidental de diversos curtas de Maya.

Maya, nome da mãe de Budha e que na religião budista significa “ilusão” ou o “véu” que encobre a realidade, foi adotado pela artista em 1943. Curiosamente, seus filmes provocam reflexões sobre as conexões entre os nossos sonhos e a “verdade” subjacente à realidade. A matéria dos filmes de Maya é a sua própria experiência interna e os conteúdos simbólicos e surrealistas de suas reflexões são usados magistralmente para mostrar que, afinal, a realidade é muito mais sui generis do que parece ser.

Conheci Maya Deren em 2006 durante a pesquisa para o meu mestrado, cujo tema era o tempo e suas representações na imagem contemporânea e, embora seu trabalho não tenha entrado no texto final, a experiência deste encontro foi tão forte que ficou pairando sobre toda a pesquisa e o texto produzido como uma presença incontornável e como referência sobre onde, afinal, eu queria chegar. Sua liberdade como artista e a independência que manteve ao longo de sua curta vida de todo esquema da grande indústria do cinema americano são notadas em cada plano de seus filmes, na forma como usa as noções de tempo e espaço, na ousadia da montagem e na impressão física que seus filmes deixam em nós. Se tivesse vivido, talvez Maya tivesse adotado a performance como prática, tão forte é a concepção do gesto e do movimento em seus trabalhos. Com Maya, eu tenho vontade de correr na beira do mar salgado, bailar sobre um fundo de estrelas e me abandonar ao devir do tempo que vai e volta e a cada volta atualiza uma possibilidade.

Postagem de 7 de setembro.

Thururururum...thururururum...thururururum tumm...
Thumruru ruru ruru ruru rurum...
Thururururum...thururururum...thururururum tumm...
Thumruru ruru ruru ruru rururum...
Thururururum...thururururum...thururururum... Thururururum...thururururum...thururururum...
Thururururum...thururururum...thururururum...
TUUUMMMMMM...
Thururum...tum...tum...

tum tum...tum...tum...

5 de set. de 2009

O Enigma da Esfinge

dada.

bla bla.

gaga.

30 de ago. de 2009

Macho dominante ...













1 – Usar cores exóticas:
Você, quando vai comprar uma camisa, ao invés de dizer “me dê aquela marrom clara”, você diz “me dê aquela creme”? Você é viado. Creme, salmão, verde-água, azul-bebê, porra nenhuma. Só existem 7 cores no mundo masculino (e se você pensou nas sete cores do arco-íris, você é um viadinho-mór). Azul, preto, branco, verde, vermelho, amarelo, marrom e só. Valem as derivações, como azul-escuro, verde- escuro… O resto é viadagem. Cinza é preto+branco. Rosa é vermelho+branco. Laranja é vermelho+amarelo. Azul-marinho é igual a preto. Lima é fruta. Vinho é bebida. Roxo é viadagem. E pronto.

2 – Segurar sacolas e sacos plásticos pela alça:
Quando você faz uma compra, segura a sacola pela alça? Sim? Viado!! Segura essa porra de sacola pelo corpo e não pela alcinha, assim como fazem os estivadores, que carregam as cargas pelo corpo, pois essas não têm alcinhas.

3 – Ficar parado na escada rolante esperando chegar no final:
Escada é pra andar, não pra ficar parado. Se a escada é rolante, problema dela. Faça sua parte e ande pra chegar mais rápido ao final. Se está cansado, vá de elevador.

4 – Tomar sucos de frutas misturadas:
“Moço, me dê um suco de laranja com mamão”. Que viadagem é essa? Ou você toma de laranja, ou de mamão. Ou então um depois do outro, mas os dois misturados é viadagem!!

5 – Dizer que gosta de sobremesa: Você é daqueles que adoram pavê, jojô-cake, casadinho, petit gateou? Viadinho!! Ah! Então mamão papaya batido com licor de cassis? Use pra passar na sua bunda viado de merda!! Homem que é homem não gosta de docinhos. No máximo, depois do almoço, um pedaço de goiabada. E se alguém olhar com cara de desconfiado diga que é pra tirar o gosto da feijoada que você comeu antes.

6 – Não ter cicatrizes no corpo:
Você é um cara que não tem cicatrizes? Que passou toda sua vida ileso, sem um arranhão? Viado!! Homem mesmo cai no chão, se arranha no arame farpado, se queima com fogo, toma porrada e mais porrada, etc… Nada mais do que sinais de virilidade. Sinais de que você não é menino criado em casa de avó com carpete persa e que nunca podia descer ao playground pra jogar bola.

7 – Dizer que vai pra praia pra tomar sol:
Quando você vai à praia diz que vai “pegar um bronzeado”? Viadinho!! Homem não pega sol. O sol é que pega ele. Homem quando vai à praia pra jogar bola, beber com amigos, paquerar, surfar, etc… Bronzear é consequência de estar exposto ao sol. E nem pensar em bloqueador solar, muito menos bronzeador como banana- boat & cia.

8 – Raspar os pêlos do corpo com exceção da barba/bigode:
Que é isso cara? Não acredito que você perde seu tempo se depilando!! Viado!! Homem só pode raspar a barba e o bigode, e de preferência quando forem falhos, pra não parecer ridículo. Raspar o peito, o sovaco, as pernas, não!! Até a bunda tem gente que está raspando. Se você se parece com o Tony Ramos, azar o seu. Aceite seu aspecto de urso e mude-se para a Sibéria.

9 – Colocar luzes, alisamento, etc, no cabelo:
Você já fez alguma dessas coisas ou algo parecido com seu cabelo? Sim? Viado!! Cabelo é cabelo e mais nada. Se você tem algum se dê por feliz, porque homem mesmo raramente tem. Todo homem devia ser careca. É da natureza. Agora mudar a cor do cabelo é viadagem, e das grandes. Se quiser pintar o cabelo de louro passe parafina, que é menos viadagem do que colocar luzes.

10- Fazer AERÓBICA
Ginástica localizada? É bom para o corpo? Pô, mas que legal. Legal pra vc, seu Viado!!! Macho só vai à academia pra pegar peso e tarar as mulheres, o resto é viadagem da grande.

11-Sorvetinho no sábado
No sábado você gosta de tomar um sorvetinho enquanto passeia no shopping com sua namorada, não é mesmo?! Então você não passa de um tremendo de um Viado!! Sábado é sinônimo de futebol, de cerveja, de churrasco, e mulher. Macho vai para o shopping com a namorada no domingo, no horário do Faustão. Enquanto ela olha as promoções, você fica tomando chopp na praça de alimentação.

12-Mandar email de correntes
Você gosta de passar umas “correntes”, mensagens de incentivo, mensagens religiosas por e-mail?! Puta que pariu, mas que viadagem é essa?! Niguém lhe ensinou que e-mail só serve pra duas coisas? Enviar foto de sacanagem e marcar churrasco com os amigos, e mandar posts do Testosterona pros seus amigos. Só! o resto é coisa de viadinho!!

13 – Beber refrigerante no copo
“Garçom, uma coca-cola e um copo com gelo e limão, por favor!” Afinal, você quer tomar coca ou soda limonada, seu Viado!! E que viadagem é essa de “copo”? Copo um cacete! Tome esta merda na lata mesmo, sua bicha!! Guaraná com laranja então é homosexualismo puro!!! Além do que você deveria era estar tomando cerveja!!!

14 -Dançar
Sair para dançar: Esta é uma viadagem clássica!! Se você liga pros seus amigos pra fazer uma turma de uns 4 ou 5 casaizinhos pra sair pra dançar você é muito viado!! Sair é, pra encher a cara, olhar mulher gostosa e falar sobre futebol mulher e carro, mais nada. Se você se orgulha de saber dançar bem, vá pra puta que te pariu viado de merda!!

15 -Perfumes
Ter 12 perfumes diferentes na pia do banheiro. Um só !! No máximo um perfume e uma loção pós barba, e barata. Caso contrário é viado!!

27 de ago. de 2009




Eu como artista macho dominante desse grupo criativo e animado me recuso a fazer comentários sobre alguem que tenha o sobrenome de Longo.
Prefiro deixar o carnaval e esse agito todo para me refugiar nesse lugar chamado Bom Despacho. A prova que Despacho pode ser calmo e plácido...se bem que com essas meninas no carnaval dessa querida cidade mineira...acho que eu não ficaria tão plácido não...ainda bem que eu tô amando.

25 de ago. de 2009

Carnival In Rio, 1955

Richard Longo só tinha 10 anos em 1955, mas será que veio com a família passar o Carnaval aqui e se inspirou pra este trabalho? Certamente ele teria ouvido o grito e o se esbaldado no maior despacho do mundo: o Carnaval carioca!

23 de ago. de 2009

black movement x white still














Pat, quando vi o seu vídeo, me lembrei de cara desse trabalho de Robert Longo ! Será que eles ouviram o grito ?

21 de ago. de 2009

Gritos e Sussurros | ou como assumir a Pomba-gira que existe dentro de você



Meninas entediadas numa casa podem ficar loucas.
Este vídeo é minha versão tupiniquim - solar e debochada - para um dos meus filmes preferidos: o já clássico "Gritos e Sussurros" de Ingmar Bergman. Em vez de subir pelas paredes ou cortar os pulsos, elas armam o bote!

20 de ago. de 2009

Adora brincar de casinha...




Oi Isa
Pena muita pena vc estar tão longe.
Mas para participar da sua viagem sobre casa, te envio umas casinhas tb.
Afinal macho que é macho gosta de brincar de casinha...
volta gringa...volta...vem planado nesses ventos fortes que por aí sopram vem???!!!

17 de ago. de 2009

Casa de Bolso



Já que eu moro longe da casa de Iemanjá que só pode ser feita de águas brasileiras, resolvi fazer uma casa de iemanjá de bolso, para uso próprio nas horas da maior necessidade.

E isso me dá idéias. Se eu fizer uma oferenda daqui do Mar do Sul da China, será que ela chegará a tempo para a exposição? Só os ventos dirão.

16 de ago. de 2009

Flores pra Iemanjá...e ela mora onde?





A casa de Iemanjá...onde despachamos diretamente para ela nossos pedidos e agradecimentos.
Uma casa poderosa sempre em constante movimento e energia.
Essas 3 fotos são para demosntrar como que algo aparentemente igual na verdade é completamente modificado por toda a potência que vem da energia do mar e da dona dessa casa.
Mas eu ainda quero ser um Terry Richardson brasileiro sim...
Por falar em comida tô com uma fome...






15 de ago. de 2009

Pra não dizer que não falei das flores


Marco, lindas flores. tem coisa mais despacho do que uma flor oferecida como presente a Iemanjá? As flores são dádivas. No scanner, adquirem uma dimensão cyber.

Estes são despachitos fotografados em Bali, março 2009.

Bali é a terra dos despachos. São pequenas refeições para os deuses. Em uma curta caminhada é possível ver dezenas dessas bandejas feitas de folha de bananeira com biscoitos Ritz, flores, arroz e farinha. Dizem que assim que o despacho é despachado, os deuse vêm consumir a essência da oferenda. Depois disso, o que sobra, o que se vê não representa mais nada. Mas como os deuses balineses são muito famintos, precisam ser alimentados o tempo inteiro, e por isso todo balinês é um despachante contumaz e rezam em qualquer lugar, o dia inteiro. Lindo.

Pai-de-santo-balinês durante uma performance da dança kecak.

14 de ago. de 2009


Eu quero fotografar igual ao Terry...já que não consigo dinheiro quero diversão.
Se Bem que Terry Richardson consegue diversão, dinheiro e mulheres...acho que homens tb...esses eu abro mão.
Arte e diversão...porque não?

Flores


Não gostei dessas pessoas espetadas, parece capa de filme de terror indiano.

Vou qualificar...laralá...laralá...vou qualificar...laralá...


O blog é uma forma de inserção de novos artistas no sistema de arte. A democracia da rede permite que eu possa blogar e fazer circular minha obra. Evidente que essa democracia é ilusória porque continua mantendo a relação do poder econômico e cultural, só quem tem acesso aos computadores e mais, a internet pode ver ou blogar.


Arte do povo é arte na rua...

Artistas do mundo uni-vos à expor tudo na rua...artistas unidos.


Como eu sou elite estou à expor uma fotinha minha feita com scanner...flores.

Thaipusam

Mauro, seus gatos pretos me lembram de superstições e talvez não há nada mais ligado à superstição do que um bom despacho. (sim, galera, eu sei que despacho não é superstição, mas é.)

Onde vivo, em Singapura, é a terra do despacho. Situada na confluência de várias culturas, o bom daqui é que tem feriado religioso todo mês. Uma dessas festividades da religião Hindú (sim há milhares de hindus aqui em Singa) é a festa de Thaipusam, onde homens põem a sua coragem à prova ao sofrerem mutilações no corpo...O pensamento é o seguinte: se a dor ocorre na superfície da pele, então o medo também é superficial. Thaipusam é um ritual de coragem, contra o medo.

As imagens que captei (com a ajuda de uma amiga artista daqui) me lembram oblíquamente dos objetos sensoriais da Lygia Clark. Clark estava interessada na psicologia e as sensações dos objetos em contato com o corpo, com a pele. Sua proposta não era perfurá-la, nem mutilá-la - em suma, a onda de Lygia não era penetrar o corpo com objetos (já que propunha não-objetos!), mas fazer com que o contato com objetos sensoriais transformassem a mente.


Fora os ganchos e os espetamentos de pele, existe uma relação entre comida e despachos que vi claramente no Thaipusam...há sempre um alimento envolvido no ritual, e neste-caso, o homem-limão e o homem-laranja abaixo. É claro que estas frutas possuem caráter simbólico para a religião. Um despacho qualquer, de certa forma, é como se fosse uma refeição para os deuses, uma oferenda de enriquecimento para 'agradar' ao deus que em retorno lhe ajudará com suas benesses. A comida também é símbolo do corpo: o sangue-vinho e a óstia-corpo de Cristo, o charuto-cachaça-farinha do candomblé, o banquete miniatura que os Balineses oferecem aos seus deuses...Tudo isso é energia para consumo das divindades, insaciáveis divindades que aparecem na Terra numa atitude de comi-bebi-nada-mais-me-prende-aqui.

Esteticamente, adorei as costas do rapaz cheia de limões...é lindo, nojento, e sim, haja coragem para aguentar a dor de 1 kg de limões pendurados em ganchinhos fincados na própria pele. Talvez só seja preciso de 1 kg de limões para ser herói.

13 de ago. de 2009

Despachudas !

Estupefação suspensa !

12 de ago. de 2009

Quedas e Desaparecimentos














Yves Klein, Saut dans le Vide, 1960, e Bas Jan Ader, The Fall, 1970







Patricia,

O seu post sobre Bas Jan Ader me fez pensar sobre a imagem de suas quedas (Fall I e II) e também a imagem de Yves Klein dando um salto para o vazio. Tanto Ader quanto Klein sofreram mortes prematuras, nos deixando em estupefação suspensa - parece que nunca se foram, que simplesmente continuam caindo, pairando pelo ar, como se suas vidas fossem sustentadas em uma imagem. Não obstante, todos são retratos de quedas auto-impostas, quase-suicídios. Quedas de Ícaro - reparem no homem de bicicleta ao fundo da foto de Klein - Ícaro cai e o mundo não toma conhecimento.

Talvez essas imagens fossem prenúncios de suas próprias mortes. Ader morreu perdido no mar 'In Search of the Miraculous', aos 33 anos, e Klein, do coração, aos 34. Ambos tinham a mesma idade que tenho hoje, e hoje, por acaso, começo a ter maior consciência da minha própria mortalidade. Ambos tinham uma 'queda' pelo infinito e pela finitude das coisas. Klein, orientalista que era, era obcecado pela idéia do vazio, e dizem que o seu salto é, além de um salto metafísico, uma tentativa de ser astronauta, de desafiar o tempo e o espaço (ou de caçoar da presunção prometéica da NASA). Aos 18 anos, Klein teria 'assinado' uma nuvem, um gesto que iria simbolizar a sua devoção à idéia do infinito, nesta imagem representada por esse salto livre. E há algo mais infinito do que o azul profundo International Klein Blue?















Self Portrait Suspended I, Sam Taylor-Wood, 2004

Quedas - para mim, é impossível deixar de imaginar, a partir destas fotografias, um aspecto narrativo: o que teria causado a queda, ou o que acontecerá se o corpo estatelar no chão? Porque Klein saltou? E onde é esse vazio - é o vazio da imagem, é o vazio espiritual (ou a sua plenitude), ou é o vazio da rua? Porque Ader se joga de um telhado, se atira num canal, se joga de uma árvore, porque? Será que Klein realmente caiu? Será que Ader se machucou? Será que Taylor-Wood ainda permanece ali, pendurada, caindo?

Taylor-Wood se suspende dentro de uma sala vazia com uma janela ao fundo...na imagem, a janela que emoldura o corpo possui uma dupla função: a de enquadramento, e de escape. Para mim, o corpo que cai poderia igualmente estar caindo atrás da janela, na mesma posição, como se o que acontecesse dentro da sala pudesse acontecer lá fora. Mas o seu corpo não está tenso como o de Ader ou o de Klein, o corpo aqui é sereno, posado, suspenso. A fotografia intensifica o desafio aos limites físicos do corpo e à suspensão narrativa, aqui retratados em momentos de distensão e liberdade.

Digamos que estes corpos caiam e se estatelem no chão, o que será do corpo? A ironia da morte e dos rituais de morte é que nos enterram em um buraco dentro de uma cápsula de madeira a sete palmos da superfície da vida. Talvez as quedas de Ader sejam indícios dessa pulsão de morte, desse impulso gravitacional que nos carrega sempre para baixo, e não sem dor - a dor do impacto com o chão letal.

Na filosofia, há séculos tenta-se entender o lugar exato do corpo, da mente, e do espírito e a relação entre cada um sem chegar a uma conclusão. Descartes chegou ao cogito para determinar o lugar da existência, mas o que então fazer com o corpo? E essa coisa incômoda que é o espírito, onde reside, como se manifesta, para onde vai? A morte é o desaparecimento do corpo mas representa a persistência do ser, a imagem da queda representa a teimosia do corpo em morrer sem querer morrer. Klein e Ader, para mim, são seres que levitam eternamente. Klein encontrou o seu lugar na imaterialidade, Ader no desaparecimento, Taylor-Wood nos propõe uma hipótese da sensação de um ser suspenso. E Carolee Schneeman utilizou quedas reais, de suicidas reais, eternamente caindo. Jumpers, saltadores da morte. Ou da vida.



















Carolee Schneeman, Jumpers, 2002
Fotos despachudas !!!

O arrebatamento


























11 de ago. de 2009

Artistas Despachudos I


O artista holandês Bas Jan Ader foi visto pela última vez em 1975, com 33 anos, quando entrou no que seria o menor barco a cruzar o Atlântico. Seis meses depois o barco foi encontrado meio afundado na costa da Irlanda. Ele deixou uma pequena obra quase desconhecida mas que hoje inspira muita gente. Seus vídeos brincam com a noção de gravidade.  Here is always somewhere else é um documentário feito sobre ele que eu estou catando pra ver!

Mais uma do Mario



Mario Cravo Neto




Parei um pouquinho. Paramos um pouco. Mas a morte de Mario Cravo Neto no domingo, um dos mais "despachudos" fotógrafos e artistas brasileiros, me empurra pra frente de novo. Ele foi uma das minhas grandes referências, na cor ou no preto e branco. Descansa em paz Mario e continue a despachar energia vital pra todos nós aqui que ficamos!