19 de nov. de 2009

Desobjetificar

Mauro, expurgar os excessos, e fazer disso um ato simbólico. bem despachex!

eu estou aqui com um milhão de idéias, e todas elas me apresentam empecilhos tecnológicos - os deuses não querem complicações no meu trabalho.

estive pensando em uma penca de pequenos players de vídeo, pendurados do teto, com cada vídeo mostrando um ato simbólico, ou flores, ou uma vela queimando, ou um pedaço de corpo. cada elemento do despacho em representacão virtual, para seguir a minha linha de trabalho com a questão digital etcetera. mas não deu certo - os players são caros, não funcionam bem, e na hora que descarregarem dá o maior trabalho pra ligar, carregar etcetera. um trampo.

depois pensei em um jardim zen (porque são ilhas de oferendas simbólicas de uma maneira muito mininalista como me explicou um designer japonês outro dia). Neles queria substituir as pedras simbólicas por vídeos, com um efeito meio david lynch. Cheguei a comprar os materiais, mas os vídeos novamente foram empecilho - as engenhocas não querem funcionar direito.

depois as fotos dos despachos que tirei o ano todo - mas não se sustentam como fotografias-obra, e sim como documentação. não é o meu intuito.

mas independente do que eu terminarei fazendo, esse processo todo de fazer despachos me fez abrir um diálogo comigo mesma, espiritualmente. um processo bom e positivo.

me falta objetificá-lo. ou será que basta ser pensamento para ser arte?

o que faz o despacho, no fundo, é acreditar na oferenda, acreditar que objetos possuam capacidade de se tornarem veículos de comunicação com outras dimensões.

a obra tá feita. está aqui, agora, neste momento.

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