
Onde vivo, em Singapura, é a terra do despacho. Situada na confluência de várias culturas, o bom daqui é que tem feriado religioso todo mês. Uma dessas festividades da religião Hindú (sim há milhares de hindus aqui em Singa) é a festa de Thaipusam, onde homens põem a sua coragem à prova ao sofrerem mutilações no corpo...O pensamento é o seguinte: se a dor ocorre na superfície da pele, então o medo também é superficial. Thaipusam é um ritual de coragem, contra o medo.
As imagens que captei (com a ajuda de uma amiga artista daqui) me lembram oblíquamente dos objetos sensoriais da Lygia Clark. Clark estava interessada na psicologia e as sensações dos objetos em contato com o corpo, com a pele. Sua proposta não era perfurá-la, nem mutilá-la - em suma, a onda de Lygia não era penetrar o corpo com objetos (já que propunha não-objetos!), mas fazer com que o contato com objetos sensoriais transformassem a mente.
Fora os ganchos

Esteticamente, adorei as costas do rapaz cheia de limões...é lindo, nojento, e sim, haja coragem para aguentar a dor de 1 kg de limões pendurados em ganchinhos fincados na própria pele. Talvez só seja preciso de 1 kg de limões para ser herói.
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